Sunday, December 30, 2007


Túneis de cores e aspirais
Abertos no ventre da noite
Trinta estrelas e seu traço definitivo
Linhas de luz-norte-infinito
(Cassiopéia em azul vestido)
Agora códigos desfeitos do paraíso
São os filhos dos deuses da pedra
E dos olhos de cachimbos de vidros
novas meninas, meninos
músculos tensos, versos de fogo
som de tempo-ferro-fundido
Lábios em cores friascom risos alucinados
fogos de artifícios
cospem balas de cobre
na retidão do impossível
sangram em ágata-laranja
a sentença de tudo ser permitido....

Noites de poesia


Tenho nas mãos uma lua,
e duas moedas antigas
Brinco de jogar pedrinhas
A noite não me traz nenhuma promessa
Sei onde deixei minhas preciosidades
Poucas e verdadeiras relíquias
E que alcançá-las, tocá-las, não posso mais.
Já não me pertencem
O tempo não é senhor de tudo
O tempo não apaga tudo
Até muda o humor das marés e dos homens
Cercas e soberanias, domínios e propriedades
Envelhece aquilo que lhe é permitido envelhecer
mas há pinturas em minha pele
Há segredos nos meus olhos,
Há muita coisa em meu coração
Intangíveis, por isso minhas
E só minhas são.
E só minhas são.
E com elas, em noites de poeta e poesia
Brinco de jogar pedrinhas
Com duas moedas antigas
E a lua que tenho nas mãos
O tempo?
Que passe ou não
Por mim em vão.

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