Sunday, December 30, 2007

Noites de poesia


Tenho nas mãos uma lua,
e duas moedas antigas
Brinco de jogar pedrinhas
A noite não me traz nenhuma promessa
Sei onde deixei minhas preciosidades
Poucas e verdadeiras relíquias
E que alcançá-las, tocá-las, não posso mais.
Já não me pertencem
O tempo não é senhor de tudo
O tempo não apaga tudo
Até muda o humor das marés e dos homens
Cercas e soberanias, domínios e propriedades
Envelhece aquilo que lhe é permitido envelhecer
mas há pinturas em minha pele
Há segredos nos meus olhos,
Há muita coisa em meu coração
Intangíveis, por isso minhas
E só minhas são.
E só minhas são.
E com elas, em noites de poeta e poesia
Brinco de jogar pedrinhas
Com duas moedas antigas
E a lua que tenho nas mãos
O tempo?
Que passe ou não
Por mim em vão.

(Todos os direitos reservados)

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