Monday, October 23, 2006

Concretismo


Vejo-me entre arranha-céus, cinzas
Concretos, luzes, avenidas, semáforos,
Esquinas com perfumes e moças
Pedestres nas faixas
A vida na faixa
Meu rosto não tem marca de nenhum batom
No sobretudo uma rosa vermelha
Um poema de Drummond na ponta da língua
Um piercing tatuado no busto da praça
Um menino dorme no chão
(a vida na faixa: contramão)
No sobretudo uma rosa vermelha
A vida na ponta da língua
Arranha o céu
Arranha
Em vão.

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